“Engraçado, nunca imaginei que chegaríamos a esse ponto. Bom, não no inicio, mas aos poucos você foi conquistando esse outro lado meu, e eu conheci seu outro lado também. Mas quando foi mesmo que isso começou? Serio! Simplesmente pedi para ficar contigo, mas você não aceitou (acho até que foi bom isso), depois nos falamos por redes sociais e consegui seu numero. Bem, mas naquele dia, dia do seu aniversario, percebi que não era só ficar que eu queria. Então falei para você, que falou que não era alguém bom para se gostar, e eu que sou extremamente teimosa não desisti. Às vezes me arrependi disso, mas parei e pensei ‘não quero ser só mais uma pessoa que entrou e saiu da sua vida porque não aguentou ou simplesmente não conseguiu o que queria’. Fora suas crises de bad ou seus momentos de estresse e mal entendidos, que aos poucos superamos (ou quase). Agora estamos eu e você, aqui. Você quase nu e eu sem reação. Então a pergunta certa é quando chegamos nesse ponto?”.
Bem, o que aconteceu antes não importa aos leitores agora. Vou contar apenas o que aconteceu a mais ou menos um mês.
A escola resolveu fazer uma apresentação, mas precisava de um tema. Vários foram sugeridos, mas como algumas classes estudavam sobre religião, o tema escolhido foi umbanda e seus orixás. Foram escolhidos alunos de primeiro, segundo e terceiro ano de ensino médio. Como a maioria já sabe que sou de umbanda e gosto de particionar de tudo, me colocaram lá sem eu pedir, tanto para participar, quanto para ajudar na peça. Eu não sei tudo, então pedi uma ajuda para a Leandra, uma moça do terreiro que é como uma tia para mim. Ela topou.
Mal sabia eu que era ai que ia realmente dar ruim.
Mostramos os orixás e os alunos foram conhecendo o básico sobre eles. Então chegou a hora de cada um ter o seu personagem, juntando as características do orixá com a personalidade do aluno.
_Myh, como já sei que tu és filha dela, tu fica com Iansã. - e foi falando o das outras pessoas.
Eu só prestei atenção nos dos meus amigos. Biel seria Oxalá, Nan seria Omolu (não só pela personalidade, mas porque ele quase não seria visto, já que seu traje cobre todo o corpo e ele é tímido), Nih seria Iemanjá, Naty seria Oxum, Bah seria Nanã. Até ai, tudo ok. O negocio deu ruim, na primeira vez , quando a Le parou, olhou para o Leandro e disse:
_hm... Você eu não sei se coloco como Xangô ou Ogum...
Minha alma gelou. Ogum, logo ele... Não, aaaaaaah! Leandro pode ser parecido com ogum às vezes, sabe? Mas é que eu não sou muito fã de Ogum, sou filha de Iansã, vai dar treta, eu sinto isso.
_bom... Vou por como Ogum mesmo. Próximo...
E ai começou a nossa apresentação e meu problema.
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