Em Cinderella a maior parte das pessoas quer apenas se ancorar em algo. Um emprego, uma casa, uma família. Mas Bandoleta e seus irmãos da revoada desprezam essa felicidade de plástico, vivendo pelo mandamento das nuvens. Com seus casacos especiais eles surfam o vento deslocado pelos grandes trens monotrilho que cruzam a cidade. É uma brincadeira tão perigosa quanto viciante, mas somente perto do céu, muito acima das nuvens, Bandoleta e seus irmãos podem realmente se sentir vivos. Evitando as autoridades eles continuam indo cada vez mais alto.
Mas tudo que sobe um dia tem que cair.
Bandoleta é um quadrinho cyberpunk em oito páginas rápidas como o vento.
Você quer dominar a cidade, agarrá-la pelos cabelos como uma das meninas magras do Porto. Você é esperto, naturalmente nascido para a viração. Mas você está pronto para o upgrade. Você troca seus dedos por alicates tensores da Klaue e embute tendões reforçados da Hércules. A viração pede mais, então você mergulha fundo. Olhos aprimorados da Azaiga vêm com mira embutida e visão noturna. A Vixen oferece um gerador de pulso para bombear seu óleo-sangue. No ombro, uma pistola embutida da Shams te dá a cobertura que você precisa. Espinha dorsal, Pele, Ouvidos, Pulmões, Ossos, Articulações, Panturrilha. Cada parte do seu corpo foi encomendada em um prédio com a logomarca de uma corp. Seu corpo mudou, sua mente mudou, mas uma coisa permanece a mesma: sua posição nessa corrida de ratos. Então você se sente uma engrenagem gasta e se dá conta de quem realmente dominou quem. E o pior, em algum lugar esticado e frágil, alguma parte onde ainda resta um instinto, você sente que a hora da reciclagem está chegando.
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