Horas depois, a dupla voltou ofegante para a casa. Posteriormente ao confronto no Terreiro, as pessoas vieram atrás deles, porque perceberam que se tratavam de feiticeiros. Foi por pouco que não conseguiram despistar a multidão furiosa que os seguia.
-Temos que sair daqui - ordenou Valentina.
-Concordo - apoiou Biel - mas para onde vamos?
-Pensei nisso logo depois que François e Fabrizzio apareceram aqui. Vamos para Sintra.
-Sintra?
-Uhum. Consegui um quartinho para nós na cidade. Só precisamos ir.
-E vamos como?
-Ora bolas, de carroça! Pedimos pro filho do Célio levar-nos.
-Ótimo.
De noite, César, filho do soldado lisboeta Célio, havia preparado uma carroça para o dueto. No horário marcado, os três estavam reunidos na entrada de Lisboa.
-Olha, se não é o casalzinho perfeito! - caçoou César com uma gargalhada.
-E se não é o maior vagabundo de Lisboa - retrucou irritado Gabriel.
-Como é que é? - o guia avançou alguns passos na direção do aprendiz.
-Deixem de criancices! - disse Valentina, irritada - Temos que ir, logo.
-Só vou obedecer porque… - não deu tempo para terminar a frase pois a feiticeira lhe lançou um olhar que lhe fez tremer.
Minutos depois, a carroça seguia pelas estradas em direção a Sintra.
Após 3 horas de viagem, enquanto a dupla caía no sono e o guia cantarolava uma canção popular, um guerreiro da Inquisição apareceu no meio do caminho, ordenando:
-Pare já essa carroceria!
Com sua voz imponente, os dois feiticeiros acordaram e se prepararam para um possível ataque. César não ligou muito e parou a carroça. O homem aproximou-se, e o trio admirou-se com seu rosto. Cabeleira prateada, olhos vermelhos, rosto alvo como a neve e uma tatuagem de cruz no pescoço.
-Olhe para a frente, motorista - mandou para o condutor, que obedeceu imediatamente.
Quando moveu a cabeça para olhar os acompanhantes, levou um soco de Valentina e Gabriel lhe acertou um chute na costela.
-Sabia que eram vocês - disse triunfante, parecendo não ter sido atingido pelos golpes.
-Seu rosto é frio demais - comentou o jovem, balançando a mão.
-César, continue o trajeto por 50m. Depois disso, pare e espere por nós - informou a mulher.
-O-ok.
Quando a carroceria sumiu na escuridão, o Assassino se apresentou:
-Me chamo Humberto Der Gan, e venho de um dos Países Baixos. Sou tenente do Décimo Terceiro Esquadrão de Inquisidores Assassinos, que era liderado por Fabrizzio, até vós o matarem. Pagaram caro por isso! - Desembainhou sua arma: um porrete.
-Bem, seremos obrigados a lutar - afirmou Biel, levemente irado.
-Vamos acabar logo com isso! - declarou a Vales - Selo da Serpente - Cobra Coral!
Uma cobra coral saiu da barriga de avançou com a boca aberta contra Humberto, que rebateu o animal com seu porrete, fazendo com que ele voasse em meio a escuridão. Gabriel saltou e usou a Criação de Fogo, lançando a queima roupa uma esfera em chamas, porém, no meio do trajeto, a bola se desfez em fumaça.
-Esse cara é um mago, só pode - resmungou a feiticeira.
De repente, alguma coisa invisível empurrou os dois lusitanos, os jogando contra uma grossa figueira.
-Val, - chamou o garoto - tem algo fazendo pressão contra mim.
-Esse cara - murmurou Valentina - é um mago poderosíssimo!
Ela então olhou de relance para os galhos da árvore, e viu a cobra que havia invocado com o Selo de Invocação de Samael. Sua cabeça estava branca, como se tivesse sido mergulhada em água fria. Ela lembrou-se da bola de fogo, e percebeu que aquela magia de pressão era um tanto quente. “Já sei como derrotá-lo”pensou a dama.
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