Uma música eletrônica começou a tocar, causando estranheza em todos. Luzes néon cor de rosa e amarelo começaram a brilhar, transformando o reino de Cristal num show! Agápi e Sofía iniciaram uma canção kawaii eletrônica com a seguinte letra:
Uma maldição fofinha,
Uma praga dolorida,
Ela não é bonitinha
Mas precisa ser temida.
Deuses desalmados,
Que Coração malvado!
Nunca serão adorados,
Mas sempre odiados!
Sem força, sem poder
Se saírem do seu reino,
O Výnami vos deixará.
Seu coração de fogo
Em mortal se tornará!
Os mortais vocês odeiam,
Isso não é nada fofinho!
Desde já, aos baixinhos
Vocês serão submissos!
Uma maldição fofinha,
Uma praga dolorida,
Ela não é bonitinha
Mas precisa ser temida.
Os deuses tinham o Výnami dentro de si e não precisavam temer perdê-lo. No entanto, depois desse dia, o coração dos deuses se transformou em núcleos no formato de esferas de fogo que precisavam ser recarregados com ambrosias que nasciam das árvores mágicas existentes apenas no reino de Cristal. Se eles ficassem mais de 1 ano longe do reino de Cristal, seu núcleo descarregava, tornando-se mais fracos que um mortal! Além dessa maldição, os deuses ficaram sujeitos aos medos e admirações dos mortais. A família da morte só é poderosa graças ao medo que os humanos sentem da morte, como expliquei no capítulo anterior.
Uma benção fofinha,
Uma dádiva divertida,
Ela é bem bonitinha
E não precisa ser temida.
Mortais, pobre almas,
Com força e poder,
Em seus corpos
O Výnami irá arder.
Crianças nascerão
Com poderes únicos
Que farão tremer
Os deuses estúpidos.
Com força e poder
Heróis em seu reino,
Sem medo de perder,
Garantirá o seu viver.
Uma benção fofinha,
Uma dádiva divertida,
Ela é bem bonitinha
E não precisa ser temida.
O Výnami, poder que somente os deuses tinham, se espalhou por todos os seres vivos de nosso mundo. A magia é um dos poderes que para usá-lo é necessário manipular o Výnami interior. Mesmo sendo algo que todos possuem, poucas pessoas conseguem usá-lo. Há duas teorias, uma diz que Výnami é algo complexo para qualquer um estudá-lo e outra que diz ser necessário ter um nível elevado de Výnami para poder manipulá-lo.
Quanto às crianças com poderes únicos, elas são conhecidas por anormais. Antigamente, somente 10% da população nascia com super poderes, hoje, são mais de 40% da população mundial!
As pessoas anormais, diferente das normais, nascem com um super poder mágico único que é a mistura do poder dos pais, ou algo derivado deles, por isso eles conseguem, desde pequenos, fazer coisas incríveis. Existem anormais que nascem com: Super Força, Super Velocidade, Controle mental, controle da natureza, aparência antropomórfica e milhares de outros super poderes que fica impossível de listá-los. Mesmo sendo seres desse nível, os Anormais são incapazes de Manipular o seu Výnami.
Os Aionios não deixaram os demônios impunes, eles foram enviados ao inferno, onde recebem as almas dos homens e deuses maus até o dia que reencarnarão para terem outra chance no mundo físico. Agápi criou os reinos espirituais onde os deuses foram encarregados de proteger as almas dos mortos e separar os bons dos maus, mas essa é outra história, no momento queremos só nos aprofundar no mundo físico.
As criadoras desapareceram como fumaça, deixando os deuses e demônios perplexos. Sýnpam, ainda tentando processar o que aconteceu, sentiu algo em seu peito. Ela rasgou o tecido e percebeu que entre os seus seios havia uma abertura circular com uma camada de pele transparente, onde era possível enxergar uma esfera de metal brilhante no lugar de seu coração.
— Senhora… o que aconteceu? — perguntou um soldado com uma expressão de medo.
— Fomos castigados… pelas criadoras. Tentamos matar os mortais, crianças delas… fizemos coisas terríveis com eles, agora recebemos o troco por mexer com os seus filhos.
…
Lila dormia ao lado do Senhor Lobo. A cabana estava quente e Naja acabara de cobri-los com couro de um grande animal. Ela estava com medo e cheia de dúvida. O que será que aconteceu? Pensava ela quando sentiu a mãozinha de Ágape em seu ombro.
— Pelos céus, vocês querem me matar de susto? — perguntou Naja tentando recuperar o fôlego.
— Os mortais estão seguros agora, fizemos os deuses pagarem pelos seus crimes — afirmou Agápi.
— Onde está a outra? — indagou Naja.
— Minha irmã não quis vir, ela acredita que quebramos muitas regras.
— Quais regras?
— Não podemos interferir nas suas histórias, nem mesmo podemos falar com vocês, mas como esse é nosso primeiro planeta, não tinha como ser tudo perfeito! — zombou Agápi.
— Sinto muito, não queria ter causado problemas.
— Você não causou, sou contrarregra tanto quanto você, mas peço que a partir de hoje, vocês cuidem do próprio nariz.
— Essa foi a última vez que recebemos sua ajuda? — perguntou Naja com medo.
— Sim, nunca mais vamos ajudá-los… não se preocupe, vocês vão conseguir, dei um jeito de criar algo chamado… esquece, não posso revelar agora!
— Obrigada mesmo assim, se não fosse por vocês duas, nunca teríamos saído do jugo da escravidão.
— Jovem Naja, os deuses não serão os únicos a fazerem crueldades… vocês mesmos serão os próprios inimigos da sua própria espécie, fazendo coisas piores do que os deuses. Diga aos seus irmãos e irmãs que mesmo nos momentos de maior escuridão, nunca perderem a esperança no nascer do sol…
— Irei me lembrar — respondeu Naja abraçando sua criadora.
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