O senhor Lobo, com Naja em suas costas, fugia da manada de Trolls e Pigmeus raivosos. Parecia que a cada movimento que eles davam, os seus caçadores conseguiam prevê-los. É claro que nossos heróis não sabiam nada sobre as árvores de Seichi, ou eles teriam feito amizade com elas em vez de espantá-las com seus gritos!
— Naja, você não acha que está na hora da gente encontrar essas criadoras? — perguntou o Lobo.
— E você acha que tenho cara de adivinha? Nem sei onde estamos, quiçá a localização delas! — respondeu Naja apontando para a esquerda.
O Lobo seguiu a ordem de sua amiga e se desviou para o caminho indicado, porém, o que eles não sabiam era que lá vivia um ogro mágico conhecido por devorar pessoas perdidas! A criatura encontrava-se dormindo quando o senhor Lobo pisou em sua barriga. Ele pegou a perna do nosso amigo peludo e o bateu contra uma árvore, derrubando Naja para o chão.
— Seu infeliz, minha barriga está doendo! — gritou o Ogro.
— Que bicho é esse? — perguntou Naja se erguendo com uma expressão de espanto.
— Está me chamando de bicho? Tenha mais respeito, mulher nua! — respondeu o monstro tentando apanhá-la —, você dará uma bela esposa se permanecer em silêncio!
— Esse lugar é um inferno! — disse Naja se desviando dos ataques da besta.
O Lobo pulou nas costas do Ogro e cravou os seus dentes no ombro dele, dando oportunidade para Naja atirar uma flecha no olho do monstro. A criatura gritou, enquanto o sangue verde escorria pelo seu rosto. Os gritos de dor eram tão altos que chamou a atenção do exército inimigo. Naja correu até seu amigo e montou nas costas dele, dando sinal para ele correr o mais rápido que conseguisse. O ogro não deixou tão barato, segurando o rabo do Senhor Lobo, ele derrubou nossa heroína no chão e arremessou o animal para longe.
— Sua bastarda! Você arrancou o meu olho, acredita mesmo que deixaria isso barato?
O ogro ergueu Naja pelos cabelos, colocando ela perto do seu rosto deformado. Ele analisou o corpo dela, procurando sinais de sua tribo, contudo, a única coisa que encontrou foi uma facada na barriga. Naja tinha seus segredos e um deles era uma lâmina oculta nos pés. Ele soltou nossa heroína e caiu no chão, fazendo a terra tremer. Naja ajudou o seu amigo com uma expressão de medo.
— Por favor, esteja vivo! — disse Naja levantando a cabeça do Senhor Lobo.
— Maldições, essa é a primeira vez que tomo uma surra! — brincou o senhor Lobo.
— Isso não é brincadeira, você poderia ter morrido.
— Mas que droga! — exclamou o Senhor Lobo — Temos companhia…
Os trolls e Pigmeus cercaram os nossos heróis. As criaturas capturaram eles e os amarraram numa árvore. O certo era levá-los embora, mas a discussão para ver quem era o melhor estava acontecendo naquele momento. Os Pigmeus diziam que foram eles que acharam Naja, enquanto os Trolls afirmavam serem eles os maiorais.
— Estou começando a achar que vamos falecer — zombou o Senhor Lobo.
— Não podemos desistir ainda… — afirmou Naja com uma expressão de medo — sei que vamos sair dessa, como em todas às vezes que nos metemos em encrenca.
Naja ouviu pequenos passos se aproximando. Uma menininha de quatro anos, pele verde, cabelo cor de rosa, roupas rasgadas, corpo gordinho, rosto fofo e com uma aparência de troll humanizada sorriu para ela.
— Que gracinha! — disse o Lobo com olhos grandes — Essa coisinha é fofinha demais!
— Deve ser da mesma espécie dos monstros que nos prenderem — afirmou Naja.
— Lila é uma troll… —disse a menina se aproximando com um olhar envergonhado — Lila gosta de animais fofinhos, mas o meu bando não… eles odeiam Lila por ser diferente. Eles falaram que vão cozinhar Lila se o nariz dela não crescer igual aos dos outros.
— Sei como é ser diferente do bando — falou o senhor Lobo —, não é à toa que fiz amizade com uma simples humana.
— Ei! — disse Naja olhando para ele com um olhar sério.
— Se Lila libertá-los, ela pode ir com você? — perguntou a menina com medo.
— Droga…, sim, se você nos soltar, prometo que levarei você comigo — prometeu Naja.
A menina, com passos de fofa, soltou as cordas de Naja. Nossa heroína pegou suas coisas e montou nas costas do seu amigo, contudo, ele não se moveu.
— O que foi? — perguntou Naja.
— Você prometeu que levaria Lila — respondeu o Lobo.
— Droga, ela é só um monstro!
— E eu um Lobo e você uma humana, para de desculpas e pegue a menina, ou não sairei daqui!
Após pegar a pequena trol, o Lobo fugiu o mais rápido que conseguiu daquele lugar. Os trolls perceberam que Naja não estava mais lá. Eles procuraram pela floresta inteira, porém, nem mesmo as árvores conseguiram encontrá-los. Lila, diferente dos nossos heróis, era uma das moradoras de Seichi, ela sabia como se desviar das árvores falantes e fazer amizade com elas.
— Menina, tem certeza que essa caverna é segura? — perguntou Naja.
— É claro que sim! É aqui que Lila se esconde quando os trolls ameaçam cozinhá-la!
— Seu bando é uma graça — zombou o Lobo.
— Não é só aqui que Lila se esconde… só que ela não pode contar — disse a menina verde com um sorriso.
— Então… — Dizia Naja quando foi interrompida por Lila.
— As tias não me deixam dizer… elas têm super poderes e vivem contando histórias de como criou tudo… é claro que Lila não acredita muito no que elas falam…
— Espera aí, repete o que você disse — pediu o Lobo.
— As titias criaram todas as coisas? — perguntou Lila.
— Você pode nos levar até suas tias? — perguntou Naja — Adoraria conhecê-las.
— Elas disseram que Lila não podia levar ninguém lá…
— Não se preocupe com isso, suas titias vão adorar ver os seus amigos! — disse o Lobo sorrindo.
— É sério?
— É claro que sim! — respondeu Naja acompanhando seu amigo.
— Amanhã Lila vai levar os amiguinhos até as tias! — comemorou Lila com uma expressão de alegria.
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