— Então, pera aí, quer dizer que mesmo com tudo o que fizemos para acabar com eles, a seita tem aumentado cada vez mais?
— É claro. Esse é um dos motivos de eu tê-lo chamado para essa conversa. Só que certas coisas me preocupam.
A mão de Huberi repousava sobre o líder Buloke, mostrando uma intimidade naquele assunto de pais.
— Por enquanto, vamos usar essa sua nova estratégia e lutar com o que temos de prontidão. Treinarei o Raimundo intensamente para ele despertar a marca e decidir futuramente o que seguir.
Esse destino para eles não mudaria muita coisa, devido aos homicídios cometidos por eles ao longo de suas vidas. Contudo, como seria para os jovens tirar a vida do outro em prol de um ideal? Isso matava a alma de alguns e alimentava a ferocidade de outros. Era algo doloroso que pesaria em suas mentes e causaria traumas nunca antes vistos. Considerando que até então Raimundo e Raissa haviam recebido uma criação focada justamente nos princípios do amor e da compaixão que Sândalo e os discípulos compartilhavam em sua palavra, Luiz refletia sobre como poderia mudar essa questão sem envolvê-los diretamente nesse ciclo; o que seria impossível dada a natureza sangrenta da frente de batalha. Ainda assim, enquanto essa angústia o afligia profundamente, algo contrastava com isso: a urgência e a iminência da guerra.
As coisas se complicaram, e as vitórias estão próximas de se tornarem uma incógnita. Não dava para confiar que a paz entre as 12 famílias e a segurança de não serem atacadas permaneceriam por muito tempo. Isso levava o pai a um único caminho para sanar todos esses questionamentos que o cercavam, que era encarar esse treinamento e ver se a realidade iria consumir seu ideal ou se o seu ideal de futuro teria alguma possibilidade de sobreviver.
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