Mostra o Zarco preso a grilhões na parede.
Zarco fica olhando pra frente emburrado.
Na frente dele está Morietur com várias lâminas entre outros instrumentos de tortura.
Morietur fala enquanto mexe em suas lâminas.
-Isso pode acabar agora, antes de tudo começar, é só falar como funciona o seu cristal.
Zarco permanece quieto.
Morietur
-Olha, eu não quero fazer isso tanto quanto você, então que tal só falar o que eu quero saber e a gente já pode sair daqui, o que me diz?
Zarco
-Vocês vão me deixar ir se eu falar?
Morietur
-Infelizmente não, você vai ser levado para o continente e eles vão decidir o seu destino lá, mas podemos te dar um quarto e tratamento decentes se você cooperar.
Zarco cospe na cara de Morietur.
Morietur o encara com desgosto.
Morietur fala enquanto se limpa com um pano
-Ok, vai ser assim então…
Zarco
-Yep, assim mesmo Morie.
Morietur
-Não me chame assim, só ela pode me chamar assim.
Zarco
-Morie.
Morietur fala tentando esconder sua clara raiva
-Suas provocações não vão me atingir.
Zarco
-Oh, certo, mas nós temos uma bela sessão de tortura inteira para tentar.
Morietur fala enquanto pega uma pequena faca.
-Você parece muito animado para ser torturado.
Zarco
-Não, não, aquele que vai ser torturado aqui é você.
Morietur
-Você sabe qual o segredo da tortura?
Zarco
-Não e eu nem…
Morietur faz um rápido e pequeno corte no rosto do Zarco e em seguida coloca a faca próxima do olho dele.
Zarco fica assustado e sem palavras.
Morietur fala enquanto equilibra uma pequena gota de sangue na faca.
-Causar o máximo de dor com o menor dano possível.
Morietur
-Por exemplo, eu poderia furar seu olho agora, o que doeria bastante, mas você poderia acabar morrendo pelo sangramento e infecções antes de eu saber o que eu preciso.
Zarco assustado
-Ah… erg… uh...
Morietur fala com um sorriso enquanto limpa a faca
-Então, como se usa o cristal?
Mostra o Zarco olhando pra ele assustado.
Corta para o Zarco sendo tocado para dentro da cela.
Caelum fica sentada escorada contra uma parede enquanto vê Zarco no chão.
Caelum
-Oh, saiu de uma tortura intacto, que feito.
Zarco
-Cala a boca.
Caelum
-O quanto você falou?
Zarco
-Tudo…
Caelum fica em silêncio encarando Zarco no chão.
Zarco permanece no chão, ele treme, sua expressão é de pura frustração.
O guarda que olhava do outro lado da cela fala.
-Levanta, você é a próxima.
Caelum o encara friamente.
-Se tá falando comigo?
Guarda
-Isso, se levante escória.
Caelum levanta e caminha calmamente na direção da entrada da cela.
Zarco a encara passar com uma expressão claramente abatida.
Outro guarda que estava próximo coloca a mão sob a arma.
A porta se abre, Caelum para na frente deles e os encara por alguns instantes, ela então junta os pulsos para se deixar ser acorrentada.
O guarda então amarra a corda prendendo as mãos de Caelum, depois passa a corda envolta do pescoço dela e começa a puxá-la.
Uma mão agarra a corda amarrada no pescoço do Caelum.
Caelum é então puxada contra as grades da cela, a corda fica contra o seu pescoço a enforcando, Caelum arregala os olhos surpresa com o súbito golpe.
Os guardas reagem rápido, já sacando suas armas.
Mostra Zarco com um enorme sorriso diabólico de canto a canto da boca.
Guarda
-Mas o…
Zarco
-Ela é importante para vocês né?!
Os guardas nervosos abrem um sorriso.
Enquanto um ri ao fundo, o outro guarda fala.
-Não seja idiota, ela...
Zarco puxa a corda, apertando ela ainda mais contra o pescoço de Caelum, que tentava levar suas mãos até o pescoço desesperada em busca de ar.
Zarco
-Não tentem me enganar! Eu vou matar ela!
Os guardas ficam em silêncio sem saber ao certo como agir.
Zarco
-Larguem as armas!
Eles trocam olhares, logo em seguida largam calmamente suas armas, uma lança e uma espada curta.
Zarco
-Chutem elas pra longe seus idiotas!
Os guardas agem como ordenado.
Zarco
-Agora “taquem” a chave da cela.
O guarda arremessa a chave na direção do Zarco, mas ela acerta a grade da cela.
Zarco fica surpreso mas tenta alcançá-la com o pé.
O outro guarda vê um abertura e se aproxima já se abaixando.
Zarco
-Não se aproxime!
Zarco se distrai, Caelum se impulsiona para frente tentando fazer com que Zarco acabe soltando a corda.
Ele a segura por pouco, agora estando prensado contra as grades.
O guarda que arremessou a chave avança em disparada e passa a mão pela grade, em seguida ele fecha a mão e acerta um soco contra a costela do Zarco, com o soco ele perde sua força e acaba soltando a corda, Caelum cai ao chão, respirando desesperadamente.
Zarco tenta se afastar das grades, mas o guarda abaixado consegue agarrar uma de suas pernas.
O outro guarda então pega a lança no chão e avança com a intenção de perfurar o Zarco com ela.
Mas, no momento em que ele estava prestes a atacar, o cabo da lança é acertado por um corte vertical da espada que se crava no cabo, quase o cortando.
Mostra Caelum com a espada.
Os guardas a encaram surpresos.
Zarco abre um sorriso malévolo.
Ele estica seus braços agarrando a cabeça daquele que estava segurando sua perna, em seguida a puxa batendo-a contra a grade da cela repetidamente.
O guarda parado pelo ataque da Caelum termina de quebrar o cabo da lança e a ataca com ele.
Caelum então move a espada, tentando usá-la pra se defender, mas ela se posiciona mal e pela espada possuir lâmina dupla acaba com um dos lados da lâmina contra ela mesma, mas felizmente consegue manter um braço forte o bastante pra não se cortar com a própria arma.
Caelum procede com um golpe que o guarda desvia com facilidade com um pulo para trás e acaba causando apenas um arranhão na sua armadura, em seguida ela executa uma sequência desesperada de ataques que mostravam sua clara ineptidão com a arma.
O guarda desvia seguidamente com habilidade e uma certa facilidade.
O guarda ri e fala
-Patético!
Zarco bate a cabeça do guarda já desmaiado continuamente contra a grade, ao ver a cena ele berra para a Caelum
-Isso! Continua assim, tá deplorável mas uma hora você consegue!
Caelum berra
-CALEM-SE!
Caelum arremessa a espada contra o guarda enquanto avança contra ele.
O guarda simplesmente bloqueia a espada a acertando de lado com a sua braçadeira.
Caelum então pula claramente prestes a dar um soco na cabeça do guarda, ele se põe em posição defensiva erguendo seus braços.
Mas, ao contrário do que ele esperava ainda no ar Caelum chuta a parede dando assim um segundo pulo e passa por cima dele, quando ela estava em cima do guarda ela gira acertando um chute com o calcanhar contra a nuca do guarda.
O guarda cai inconsciente no chão.
Caelum pousa quase caindo mas consegue se balancear para não cair de cara no chão.
Zarco fala enquanto se aproxima calmamente
-Finalmente! Sabia que pelo menos um golpe você acertava.
Caelum se vira e encara Zarco com puro ódio nos olhos.
Zarco
-Ei, que cara é essa?
Caelum
-Você quase me matou!
Zarco
-Hã? Aquilo foi uma atuação! Eu estava interpretando o personagem, um sociopata desesperado eu acho.
Caelum se aproxima fechando o punho
-Eu não conseguia respirar…
Zarco
-Você também me bateu sua idiota! Pelo menos a minha violência serviu para nos tirar daquela cela!
Caelum
-EU ACHEI QUE IA MORRER!
Zarco
-Meh, todo mundo vai morrer um dia mesmo.
Caelum
-Mas, que?! Isso não justifica o que-
Zarco
-Qualé, tu faria o mesmo comigo se fosse nos tirar daquela cela.
Caelum
-Oh, agora eu definitivamente faria! Faria até pior!
Zarco
-Uhau, tu é má.
Caelum
-Eu sou má?! Você que-
Zarco a ignora e passa reto por ela enquanto fala.
-Chega de blah, blah, nós estamos no meio de uma fuga da prisão, sem tempo a perder!
Caelum o encara já cerrando o punho.
Zarco
-Vamos logo que eu tenho que me vingar de um idiota e uma pedrinha pra recuperar.
Caelum já ergue o punho pronta para socar.
Zarco
-E tu tem que salvar aquele Sapere né?
Caelum fica levemente surpresa, mas logo recupera a compostura e fala
-Eu sei, não preciso de um idiota como você pra me lembrar.
Zarco
-Tá bom então.
Caelum
-Mas esse assunto não está encerrado, você irá pagar por isso!
Zarco faz um sinal com os braços para Caelum tomar a frente enquanto sorri e fala.
-Claro, claro, damas primeiro.
Caelum passa falando.
-Idiota.
Uma figura imensa fala de trás das grades
-Ei.
Zarco olha para trás curioso e depois sorri.
Corta para um céu estrelado, várias figuras voam pelo céu.
Um exército voa acima, anjos vestindo armaduras e empunhando armas preenchem o céu.
Mostra cada um dos quatro cavaleiros da salvação, Basilius os lidera empunhando uma foice.
Basilius ele ergue sua mão, arqueiros se preparam, cada um deles com os arcos em mãos e flechas especiais com um pano enrolado na ponta enquanto outro anjo acendia o pano banhado a óleo com uma tocha. Basilius então abaixa sua mão e durante uma chuva flamejante sua voz ecoa.
-ATAQUEM!
FIM DO DÉCIMO SÉTIMO CAPÍTULO.
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