Mostra Basilius junto dos outros quatro Cavaleiros da Salvação em uma mesa de reunião preenchida de papéis e mapas.
Basilius
-Como estão nossas forças para a futura batalha?
Leo
-Bem, nossas tropas estão animadas com a ideia de massacrar o povo inferior e retomar nossas terras, mas ainda estamos em menor número.
Salus
-Ótimo, exatamente o que precisamos, mais uma derrota humilhante para o povo inferior.
Apis
-E desta vez definitiva.
Luscinia
-Vantagem numérica não decide guerras.
Salus
-Mas é de grande influência.
Apis
-Nosso problema não é apenas a desvantagem numérica, temos que também nos preocupar com o ser da profecia, mais especificamente o seu cristal.
Leo
-Felizmente, esse cristal é poderoso mas não invencível, de acordo com o relatório de um soldado que enfrentou Caelum e a criatura, o poder é apenas temporário.
Luscinia
-Então o que estamos esperando? A cada instante ele ganha mais poder.
Basilius
-Acalme-se Luscinia, não podemos nos dar ao luxo de tomar decisões precipitadas.
Luscinia
-Mas…
Leo
-Digamos que esses poucos dias desde a sua aparição já tenham bastado para ele recuperar todo seu poder, avançar contra ele e o inimigo seria suicídio.
Apis
-Realmente, dado as poucas informações que temos devemos agir com cautela.
Salus
-Então, qual o curso de ação que vossa majestade sugere?
Basilius
-Devemos preparar uma estratégia considerando o pior cenário possível, assim estaremos preparados para tudo.
Basilius
-O primeiro problema que devemos superar é exatamente este cristal, precisamos de uma forma de contê-lo.
Apis
-Entendo, não será fácil, eu vi dois de meus subordinados desaparecerem e reaparecerem me atacando, tudo isso em apenas um instante, aquele poder é absurdo.
Salus
-Mas ainda podemos tirar vantagem de suas fraquezas, afinal, apesar de todo o seu poder, o usuário do cristal é apenas um mortal vulnerável a todos os males deste mundo, não é mesmo?
Basilius
-E como você pretende usar isso?
Salus
-Simples, eles estão logo abaixo de nós, já estamos arremessando animais doentes entre outros vetores de doenças entre eles, também depositamos todos os dejetos da capital na lagoa principal de onde tiram sua água, podemos intensificar essas ações nesse curto período e esperar que ele adoeça.
Apis
-E o que faremos quando essa guerra tiver acabado? O nosso povo precisa daquelas terras, não temos nenhum uso para terras improdutivas e um lago poluído.
Basilius
-De fato, mas adoecer as forças inimigas é uma estratégia viável.
Basilius
-Desde que não danifique permanentemente nossas terras, você tem minha total permissão para trazer o terror da peste aos nossos inimigos.
Salus
-Prometo não falhar com vossa majestade.
Salus encara diretamente Apis e Leo, seu sorriso e expressão esnobe parecem servir apenas para demonstrar que eles falharam.
Leo
-Sería favorável para nós usar o caos e o terror contra os nossos inimigos.
Basilius
-Entendo, pretende usar nossos depósitos de pólvora?
Leo
-Sim, um inimigo doente cercado por fogo e explosões é apenas um alvo esperando pela morte.
Apis
-Infelizmente, são nossas últimas reservas…
Basilius
-Sim, mas se perdemos serão as mais novas reservas do inimigo, não podemos tardar em agir.
Salus
-Adoecer um povo inteiro não é um trabalho da noite para o dia, leva tempo para dar resultado.
Basilius
-Uma semana, durante essa semana Salus use todo que estiver em sua capacidade, Leo espero que todas as tropas estejam prontas para combate e excelentemente treinadas até lá, Apis, prepare os recursos, use todos os nossos depósitos para armar nossas tropas e assegure a produção de pólvora.
Leo, Apis e Salus
-Sim, vossa majestade!
Basilius
-Declaro esta reunião por encerrada.
Apis
-Ah, meu rei, se você me permite eu tenho um último questionamento.
Os outros cavaleiros encaram Apis.
Basilius
-Fale.
Apis
-Bem, você realmente irá usar o cristal do firmamento em combate?
Basilius
-Sim.
Apis
-Mas, pelo pouco que eu sei, esse cristal é o responsável por manter nossas ilhas no céu, usá-lo em combate não só vai gastar sua energia arriscando a queda da capital e ainda existe o risco de o inimigo por as mãos nele, então, não seria melhor repensar essa decisão?
Luscinia
-Apis!
Apis não cede a pressão de Luscinia e se mantém aguardando uma resposta do rei.
Basilius
-De fato, tudo que você disse é verdade, mas usá-lo é nossa única esperança.
Apis fica em silêncio e quando parece que ela iria dizer mais alguma coisa, Basilius continua.
Basilius
-Além disso, eu sozinho não estou mais conseguindo gerar energia o bastante para manter as ilhas no ar, do jeito que as coisas estão indo, a queda das ilhas é inevitável.
Os cavaleiros ficam um pouco surpresos.
Basilius se levanta e sai da sala.
Luscinia o acompanha.
Os dois caminham em um corredor, Luscinia o acompanha claramente inquieta.
Basilius fala enquanto continua caminhando em frente, de costas para ela.
-Sei que essa guerra lhe perturba, mas não se preocupe, estou fazendo todo o possível para acabar com ela o quanto antes.
Luscinia surpresa.
-Sim, obrigada.
Basilius para e se vira sorrindo para ela.
-Não precisa me agradecer.
Luscinia fala
-Rei… não, Basilius, você vai mesmo lutar nessa guerra?
Basilius
-Eu preciso tomar uma iniciativa se espero que o povo me siga, lutar ao lado deles é o mínimo que eu posso fazer.
Luscinia
-Basilius, você nunca esteve na guerra, não sabe como é uma batalha de verdade.
Basilius
-Eu treino desde de meu nascimento, estou bem preparado.
Luscinia
-Como você pode estar tão confiante…
Basilius
-Simples, porque eu tenho você ao meu lado.
Luscinia fica corada.
Basilius
-Agora vamos, o jantar nós espera, minha guardiã.
FIM DO DÉCIMO TERCEIRO CAPÍTULO
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